quarta-feira, 5 de março de 2008

Comentários sobre minhas próprias fotos

Marquito, adorei a idéia de comentar como postagem, vou aproveitar a idéia. Aliás, adorei seus comentários. Só faltaram as fotos, seu safadinho.

Sobre as minhas fotos, as duas sequências buscam refletir qualidades que eu quero desenvolver nelas.

A primeira sequencia foi a que eu escolhi pra participar de um concurso na cidade que eu to morando. Trata-se de uma espécie de competição entre cidades ou grupos na qual eles sobem uns sobre os outros formando pirâmides e castelos humanos. Para que isso seja possível é necessário que muita gente se aglomere e se junte, formando uma base coesa que permita que eles possam ir levantando o castelo que chegam a ter 8 andares de pessoas. Se o grupo não está coeso, quem sobe sente a fragilidade e aborta "a missão". É uma atividade típica da Catalunia e divulga ideais de união, ajuda mútua, etc, ou seja, intimamente relacionado com a identidade cultural de um povo que se considera invadido pela Espanha.
Tentei dar essa idéia nas fotos selecionadas, o esforço e a superação, a ajuda e a união, a confiança e a alegria, a indistinção de que mão e de quem que pode chegar a indistinção dos corpos, um só fluxo, canalizado e organizado.
Claro que isso não é possível para a gente, mas será que quem é de lá, somente de olhar essas fotos, poderia ser sensibilizado por toda essa carga? As fotos conseguem de um só golpe passar todos esses sentimentos?
Outra preocupação é a de criar uma narrativa, ou seja, uma historinha coerente revelada pela sequência, com elementos estéticos que se comunicam, cores, recortes, sensações. Isso é fácil nesse caso, pois é a mesma situação, os mesmos ângulos, as mesmas cores. O problema é quando há mais risco, como na sequência que o Renato apresentou.

A segunda sequência era a mais recente na época da publicação, minha viagem pela Holanda. Não chega a ser uma sequência sendo mais um apanhado.
Respondem a uma inquietação que é como passar emoções, sensações, para além da beleza.
É quase: como passar aquilo que eu estou sentindo no momento da foto. Mas todas elas acabaram indo além de uma tentativa de reprodução de uma suposta realidade. O outono, a bicicleta e o cartão postal não se parecem em quase nada com aquilo que eu vi, nem mesmo no momento de disparar. Exagerei para buscar sensações potenciais, sejam bucólicas ou de "que gracinha". As cores nem existem, aquele bosque tenebroso e bucólico também não.
As duas últimas respondem à mesma inquietação de maneira mais espacial. Como passar a sensação de uma feira em uma praça tão linda e medieval. É uma foto que me dá muito orgulho, porque era muito difícil encaixar tudo nela. Acabei nem reparando no quão escuras estão as pessoas, no quanto, por si só, ela não está muito clara quanto às suas intenções (Valeu Marquito!). A última tenta passar a sensação de tomar um café em uma cidade como Delft, com toda essa velharia charmosa sendo vista pela janela.

Fico feliz com as fotos que começam a surgir!

O que vocês acham de pensarmos em temas para incentivar nossas produções? Quem tem sugestões de temas???

Abraço

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